A expectativa é de incremento de 20% nos desembolsos para esse segmento em 2017.
O BNDES anunciou uma série de medidas de incentivo a micro, pequenas e médias empresas (MPME), com a expectativa de incremento de 20% nos desembolsos para esse segmento em 2017.
Entre as medidas está um programa de refinanciamento de empréstimos concedidos no âmbito dos Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e Programa Emergencial de Reconstrução (PER), de cidades afetadas por catástrofes naturais.
"Estamos nos preparando para um novo ciclo de crescimento e as MPMEs são estratégicas para o banco", disse o diretor de operações indiretas, exportações e recursos humanos do BNDES, Ricardo Ramos, a jornalistas.
Segundo o BNDES, todos os recursos desse pacote de estímulo virão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A expectativa do banco é que o refinanciamento, que ocorrerá por meio de TJLP, atinja até 10 bilhões de reais.
O diretor afirmou que o saldo devedor do PSI, que inclui empréstimos não honrados e financiamentos que ainda vão vencer, é de aproximadamente 100 bilhões de reais. A maior parte desse montante se refere às empresas de menor porte, disse Ramos. "O empresário ganhará mais prazo para equacionar fluxo de caixa."
Ele afastou rumores de que o banco poderia refinanciar dívidas de grandes tomadores de empréstimos do BNDES, dentro do pacote de incentivo à economia que deve ser anunciado pelo governo federal nos próximos dias.
Limite de faturamento
Como parte das medidas, o BNDES elevou o limite de faturamento para uma empresa ser considerada como integrante do segmento MPME. O limite passou de 90 milhões para 300 milhões de reais de receita operacional bruta por ano. Com isso, cerca de 1.500 novas empresas passarão a ter acesso a crédito do banco em melhores condições.
As empresas de menor porte poderão tomar empréstimos do BNDES a custos mais baratos e por prazo mais longo como no caso do programa Finame, voltado para financiamento de máquinas e equipamentos. O prazo de empréstimo subirá de 5 para até 10 anos e os empréstimos poderão ser financiados com participação de 80% em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Antes, esse limite variava de 50% a 70%, disse o diretor.
O limite do cartão BNDES para as MPMEs vai subir a partir de janeiro de 1 milhão para 2 milhões de reais por banco emissor. O banco de fomento também definiu como meta reduzir daqui um ano o prazo de análise interna dos pedidos de empréstimo no segmento, dos atuais 30 para 2 dias.
O banco também vai ampliar recursos do programa Moderfrota, voltado para modernização de máquinas agrícolas. O orçamento de 4,8 bilhões de reais para a safra 2016/2017 já foi consumido e, o banco decidiu adicionar mais 2 bilhões de reais na linha.
Em nota, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, afirmou que as medidas vieram ao encontro dos pleitos do setor.
"O comprador de máquinas pode respirar, saldar suas dívidas e voltar a ter crédito, o banco repassador volta a receber o saldo devedor do cliente e o BNDES manterá a saúde do banco repassador e terá aumento do retorno do capital relativo ao financiamento efetuado", afirmou Velloso.
Fonte: epocanegocios.globo.com