Segundo a Sociedade Brasileira de Coaching, apenas um em cada oito funcionários está engajado com o seu trabalho e muitas vezes isto se dá apenas por não estarem atuando em um cargo ou função que utiliza suas características e habilidades da maneira que deseja. Isto impacta diretamente no resultado da equipe e no da empresa. Conforme Mônica Hauck, CEO e Co-fundadora da Solides, “em um ambiente tão competitivo como é o corporativo, em que detalhes diferenciam um concorrente de outro, o mapeamento comportamental dos colaboradores pode e deve entrar, definitivamente, para o centro de estratégia das empresas.”
As empresas contratam as pessoas pelo conhecimento técnico que estas possuem, contudo esquecem que o comportamento é que causa a maior parte dos desligamentos de colaboradores. Conhecer como os candidatos reagem a estímulos da função, a qual estão sendo avaliados, e mais o conhecimento técnico deveria ser atividades de praxe para determinar, estrategicamente, como colocar a pessoa certa no lugar certo.
Funcionários que se sentem parte fundamental nas conquistas dos objetivos da empresa, utilizando suas características e competências, são engajados e inovadores quanto a resolução dos problemas cotidianos. O líder tem o compromisso de alocar habilmente cada um deles nas funções certas e quando os perfis comportamentais estão bem claros para a equipe que ele lidera, auxilia na gestão de conflitos e une vários pensamentos diferentes em prol de um mesmo objetivo.
O que é perfil comportamental?
É uma forma de identificar padrões nas atitudes e comportamentos humanos. Cada pessoa possui um perfil que determina a forma que irá reagir aos estímulos devido as suas características. Basicamente, seria como um manual de instruções, onde estão listados todas estas informações.
Historicamente, o homem busca compreender o comportamento humano através de observações e reflexões. Os gregos trouxeram os quatro elementos básicos (fogo, terra, água e ar) como influência sobre os indivíduos, seguindo a linha do tempo, Hipócrates (370 AC) cita os fluídos corpóreos, onde surge os temperamentos colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico. Somente na Psicologia é que o tema ganhou estudos científicos, através de Carl Jung, médico suíço, que seguiu a mesma linha de Hipócrates. Nos anos 20, o psicólogo americano William Marston alinhou os estudos de Jung com as influências externas e internas dando origem a metodologia DISC (dominância, influência, estabilidade e conformidade).
Há no mercado muitos softwares e testes que permitem descobrir qual dos quatro perfis você corresponde e com nomes mais fáceis de serem recordados. São eles:
Executores: São ativos, otimistas e dinâmicos. Possuem necessidade de obter respostas imediatas. Possuem enorme disposição física e não têm medo de errar ou assumir riscos.
Comunicadores: São extrovertidos, falantes, ativos e não apreciam monotonias, mas se adaptam com facilidade. Esse tipo de perfil tem facilidade na comunicação e passam de um assunto a outro com rapidez, gostam de trabalhos que envolvam movimentação e autonomia. Eles precisam do contato interpessoal e de um ambiente harmonioso.
Planejadores: Os planejadores são pessoas calmas, tranquilas, prudentes e autocontroladas. Gostam de rotina e atuam em conformidade com normas e regras estabelecidas, por isso sentem-se bem quando estão acompanhadas de pessoas mais ativas e dinâmicas.
Analíticos: São preocupados, rígidos, porém calmos. Seu comportamento com as pessoas é discreto e tende-se a serem pessoas caladas e retraídas. Têm habilidade com tarefas detalhadas ou de improvisação rápida. Prefere atuar com estímulo dos demais. Geralmente é o tipo de funcionário leal e compromete-se com o trabalho.
Conhecendo estes perfis se torna muito mais fácil criar um novo olhar para a equipe de trabalho e utilizar de cada característica para potencializar os resultados da organização, contando com o engajamento de pessoas. Esta ferramenta também pode ser utilizada com o intuito de promover o autoconhecimento dos colaboradores e para a construção de relacionamentos efetivos com a equipe.
O mesmo não pode ser utilizado para rotular pessoas porque, assim, estará fugindo do foco principal, que é o desenvolvimento de pessoas. Isto é o que propicia a visão geral dos objetivos que precisam ser atingidos.
Fonte: RH Portal | 23/01/2017